Emagrecimento: entenda como a promessa de chás naturais pode trazer riscos à saúde

Especialista revela cuidados e dá dicas para quem pretende perder os quilinhos extras de forma saudável

No começo deste mês, a morte de uma enfermeira, causada pelo consumo de um chá emagrecedor, chamou a atenção. Ela teve hepatite fulminante depois de ingerir o chá de 50 ervas, chegou a passar por um transplante de rim, mas o corpo rejeitou o órgão. “No rótulo do produto, podemos notar algumas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, que causam danos ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde”, explica o gastroenterologista e cirurgião, Bruno Sander.


O uso de chás e remédios emagrecedores por conta própria pode trazer inúmeras complicações para a saúde. “São descritos como hepatotóxicos, fazem mal para o fígado e podem até levar à necessidade de um transplante. Infelizmente, é vendido uma falsa ideia de que essa é uma forma de emagrecer naturalmente, mas, nós médicos, sabemos que não é verdade”, ressalta.


Alternativas


Emagrecer não depende só da alimentação. Claro que ela é grande responsável, mas precisa estar alinhada com alguns outros hábitos. Segundo Sander, é preciso manter a prática de atividade física, evitar o estresse e a ansiedade, pois eles aumentam a produção de adrenalina e cortisol, hormônios que desaceleram a queima de calor. “Além disso, beba bastante água para auxiliar no fluxo intestinal e ter um sono tranquilo, entre 6 e 8 horas são fundamentais”.


Quando as dietas e as mudanças na qualidade de vida já citadas não surtem o efeito esperado, podem ser indicados alguns métodos não invasivos para a perda de peso, garantindo a saúde e qualidade de vida do paciente. “O balão intragástrico é um método não invasivo e indicado para pacientes com IMC igual ou maior que 27 kg/m². Ele é inserido no estômago por meio de endoscopia e sem a necessidade de internação. O tratamento pode durar até 12 meses”, citou o cirurgião endoscopista.


Além do Balão, outras técnicas como a redução do estômago por endoscopia, a cirurgia bariátrica ou o plasma de argônio – procedimento a laser para quem já fez a bariátrica e voltou a ganhar peso – também podem ser avaliadas de acordo com cada caso. “Não existe uma regra. É preciso avaliar cada paciente. Antes de decidir emagrecer é preciso procurar um médico. A ajuda de um profissional é indispensável, pois ele irá definir qual o melhor plano para que a paciente conquiste seu objetivo. E também investigar qual a causa do não emagrecimento”, garante Sander.

Fonte: Bruno Sander, médico cirurgião endoscopista, especialista em gastroenterologia e nutrologia. É diretor clínico do Hospital Dia Sander Medical Center, em Belo Horizonte (RQE: 14270/32354/41292) @sandermedicalcenterbh.

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